segunda-feira, 3 de maio de 2010

Irresistível Prazer

Ela era uma policial devotada ao trabalho, mas por trás de toda aquela mascara de durona se escondia uma mulher com todo seu lado feminino, e com seus desejos e o principal deles estava na figura daquele homem enigmático que insistia em se fazer de difícil.
Ele um empresário bem sucedido que não queria nenhum envolvimento com policiais, muito menos pessoal, mas aquela em particular mexia com ele, seria difícil resistir a todo charme e altivez que vinham dela
E o inevitável aconteceu, um encontro a sós no seu apartamento, com ela que noite após noite povoava os seus sonhos, tudo quanto ele tentara evitar, seria impossivel resistir. Uma mulher com olhos cor de uísque e voz levemente rouca jamais estaria desarmada.
Pior, ela sabia disso. Tinha a boca com os cantos curvados para cima, lembrando um gato diante de uma gaiola de canário aberta. O canarinho, neste caso, era ele.
Ele estendeu o cálice, tentativa deliberada de mantê-la a um braço de distância. E tinha certeza das intenções dela naquela noite, mas precisava resistir não podia se deixar seduzir, apesar de linda, ela era sinônimo de encrenca.
Mas ela já estava decidida, ela o queria, e ela o teria, e não passaria daquela noite.
Diante de mais uma recusa dele ela imaginava quantas mulheres ele não teria desiludido com aquele ar indiferente, como se a dispensasse. Diante do desafio, sentia-se ainda mais confiante quanto à vitória.
Pegou o vinho e, com a mão livre, agarrou-o pela camisa, segurando-o no lugar.
Gostava do jeito dele, da boca, dos olhos. — Tomou um gole da bebida fitando-o por sobre a borda do cálice. — mas ela queria mais.
Ele aguçava os sentidos, sentindo as entranhas rijas em meio a nós cegos. Aquela mulher representava perigo, mas um perigo que ele estava disposto a correr.
Ela colocando-se na ponta dos pés, mordiscou o lábio inferior dele, insuflando o desejo. Achegando-se mais, ela lhe lambeu pescoço.
Ela queria senti-lo, sentir aquelas mãos fortes sobre ela.
Ele não se mexeu, mas mentalmente já lhe arrancava a blusa e se apossava de tudo.
Ela agitou a cabeleira, exalando um perfume que entrou direto no sistema nervoso dele.
Ela sabia que ele a queria tanto quanto ela e não demoraria a ter o que vinha sonhando a tempos. Algumas pessoas aprendem a disfarçar certos desejos, mas ela não queria esconder ou disfarçar mais nada, queria tê-lo dentro dela, o quanto antes.
Ela reparou na mudança de tom nos olhos dele, denúncia total.
Tomou mais vinho e avançou, obrigando-o a recuar.
Para não ser tachado de covarde, ele estacou e quase grunhiu de desespero quando ela chocou o corpo contra o dele.
Próximo a ela, ele pedia que ela se afastasse, mas seu corpo o entregava e a voz rouca e contida dizia exatamente o contrário daquelas palavras, constatou ela, entusiasmada. O coração dele só faltava saltar do peito para sua mão.
O "não" soa mais como “sim”. Ela bebeu o resto do vinho, sentindo-se forte e poderosa. Sussurrou o que queria para aquela noite e pondo o cálice de lado, tocou no cós da calça dele.
Excitado e furioso, ele recuou novamente.
Tomando impulso, ela pulou para cima dele, agarrando-se ao pescoço e enrijecendo as pernas em torno dos quadris dele. Incitando-o, a fazer o que estava com vontade.
Roubando um beijo, ela sentiu um sabor selvagem, misto de desejo e raiva.
— Deite-se comigo — instigava, passando a mão pelos cabelos dele. — Acabe comigo. Acabe comigo...
O sangue dele fervia nas veias. Tinha na língua o sabor dela, quente, feminino, temperado com vinho.
— Está pedindo encrenca — avisou.
Ela roçou os lábios nos dele, como se gravasse seu gosto nele.
— Se sou eu quem está pedindo...
O controle se foi. ele ouviu sua explosão dentro da cabeça, como uma martelada violenta contra pedra bruta. Apossou-se da cabeleira dourada, enrolando-a nos dedos, e puxou-a para trás.
— Você ultrapassou o limite. — Os olhos verdes flamejavam agora, como se um raio os tivesse incendiado. — Vai me dar tudo o que eu quiser. Se não der, eu tomo. De acordo?
Ela ofegava, maravilhada.
— De acordo.
Ele lhe apreciou o pescoço esguio e vulnerável por um segundo. Então, enterrou os dentes naquela carne macia.
Ela estremeceu de choque à ameaça de dor, mas foi atingida por uma estocada de prazer. Entregue a ele, mergulhou nas sombras, nas trevas.
Perdeu o fôlego quando ele a jogou na cama, perdeu forças quando ele se atirou em cima dela. Então, quando ele lhe abriu a blusa arrancando os botões, perdeu a cabeça.
Meio desequilibrada, ergueu os braços e enterrou as unhas nas colchas.
— Espere.
— Não.
Ele ja lhe devorava o seio, degustando a carne tenra com os lábios, a língua, os dentes. Sem fôlego, ela lutava para recuperar a primazia que fora sua até pouco antes. Mas cada vez mais perdia o controle e a sanidade.
Ele a tocava e apalpava, conforme ela exigira. Com mãos duras e ávidas, ele explorava fraquezas secretas que nem ela imaginava possuir.
Ele quis sua boca então, e tomou posse ardente e ganancioso. Ela deixou escapar gemidos, de prazer e triunfo. Sem escrúpulos, aproximava-se mais e mais do fogo, exigindo tanto quanto ele.
Enlouquecia sob o corpo dele. Contorcia-se, debatia-se, agarrava-se. Ele não queria menos. Se era para pecar, que pecasse por completo e colhesse todo o prazer antes do castigo.
A pele dela parecia queimar sob suas mãos, sua boca. Ansiava pelos contornos lisos e macios, pela força impetuosa e pronta, pelas curvas delicadas.
Ela puxou-lhe a camisa, deixando escapar um gemido selvagem quando seus corpos se encontraram. Quando ele a colocou de joelhos, ela estremeceu, mas não de medo, do qual não restava nada.
Podia ver os olhos dele, com o brilho predador, à luz que invadia do ambiente. Arquejante, passou a as mãos avidamente pelo peito másculo, pelos cabelos.
— Mais — murmurou, e colou a boca à dele.
E houve mais.
Relâmpagos de êxtase insuportável. Ataques de desespero estarrecedor. E uma inundação de necessidades a devorá-los.
ele lhe puxou as calças pelos quadris, reconhecendo a pele exposta com a boca até senti-la convulsiva, murmurando seu nome em delírio com aquela voz rouca e erótica que ele não conseguia tirar da cabeça. Ele a mordiscou na parte interna da coxa, provocando espasmos nos músculos bem-torneados. Quando ela arqueou o corpo, abrindo-se, ele se banqueteou.
Ela gritou quando o orgasmo a trespassou, agarrada aos lençóis, entregue a cada gloriosa rebatida pós-choque, até que seu organismo se misturasse ao prazer. O calor lhe subia o corpo, atravessava-a, e ela o acolhia, maravilhada com o poder do que haviam feito juntos.
Ele não conseguia se fartar dela. Toda vez que pensava que o desespero o conteria, descobria algo novo a provocá-lo. Os quadris na largura perfeita, a cintura tão fina. Queria sentir as unhas dela enterradas em sua carne outra vez, ouvir o grito abafado de liberação quando a arrastasse por sobre a próxima onda de prazer.
Ela respirava entrecortado, enquanto ele sentia os pulmões bloqueados a ponto de explodir. Foi novamente para cima dela, entregue às mãos ávidas que o apalpavam todo, sentindo o corpo febril em êxtase.
Via os olhos dela e nada mais. Só aquele brilho na escuridão, assistindo a sua galgada sobre o corpo ardente. Trêmulo, hesitou por mais um instante e então penetrou.
Aquilo era tudo. Foi o único pensamento a lhe estilhaçar a mente quando ela se fechou quente e em torno dele.
Subiam e desciam juntos, os corpos unidos deslizando um contra o outro. Suspiravam juntos à medida que o prazer se intensificava. Os corações batiam no mesmo compasso doido, batida a batida. As respirações misturavam-se, atraíam-se, de modo que logo se viu beijando-a outra vez, em ligação extra, enquanto seguiam juntos na cavalgada.
O ritmo se acelerou e seus corpos já não escorregavam um contra o outro, atuando mais como um açoite, e os suspiros se transformaram em delírios e gemidos. Ela projetava os quadris enquanto ele investia sem parar. Torturada pelas sensações, ela enterrava as unhas nas costas dele, instigando-o a continuar, embora já vivesse o novo clímax.
Ele sentiu-se liberar, uma gloriosa sensação de êxtase, prazer e derrota, e relaxou com o rosto enterrado na massa de cabelos dourados.
Ela conseguira o que queria, mas daquele momento em diante, teria muito mais do que pudera ter sonhado.

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